Que bueno es Bueno
No somos primos (Baruch quiere decir Bueno). El ilustrador brasileño Daniel Bueno ha pasado por el Folha de São Paulo y el Diário de Pernambuco, y por las revistas Exame, Superinteressante, Macmania, Ciência Hoje y Meio & Mensagem. Su estilo muy original merecía su lugar en VisualMente.
1)¿Cómo logras esas texturas que tienen tus personajes?
Costumo aplicar sobre a camada de papel de aquarela recortes de jornal e revista, camadas diversas de papel, e tinta. O degradê que dá volumetria às figuras é feito com tinta acrílica. Depois passo tudo para o Photoshop e trabalho o contraste e o claro/escuro. Também posso scanear texturas encontradas em revistas, e ocasionalmente sobrepor texturas de origens distintas.
2)¿Cómo trabajas desde que te encargan una ilustración?
Inicialmente, dedico um bom tempo – quando possível – à idéia e concepção da imagem, fazendo vários rascunhos. A abordagem vai depender do contexto e do briefing: posso tanto partir para uma solução de ilusão e síntese, como me aventurar pelo absurdo e excesso de elementos fantasiosos e gráficos. Gosto de folhear livros, revistas, em busca de inspiração. Não é raro fazer uma pequena pesquisa na internet coletando imagens que possam servir de referência e apontar caminhos.
Uma vez feito o rascunho, envio o mesmo para o editor de arte. Depois de aprovada a idéia, parto para o processo de finalização, de modo geral trabalhoso. Desenho os contornos de todas as figuras a lápis, em papel sulfite, e transponho-os para papel duro. Aplico sobre essas figuras as técnicas de colagem, gerando elementos soltos, como “bonequinhos de papel”. Scaneio as peças separadamente e resolvo no Photoshop a composição, contrastes, claro/escuro, cores. Quando o prazo é curto, pulo o processo manual e resolvo a finalização utilizando o material que tenho à mão, uma espécie de “banco de imagens digitais” feito a partir das ilustrações que foram se acumulando.
3) ¿Qué técnicas utilizas? ¿Hay algo no digital allí?
É comum haver trabalho manual e há sempre trabalho digital. Recorro ao desenho com vetor uma vez ou outra. Utilizo basicamente o Photoshop. Faço reparos, altero e acrescento muitos elementos durante o processo de trabalho. As ilustrações costumam ter uma enorme quantidade de camadas (“layers”).
4) ¿Cuáles son tus influencias? ¿Cuáles fueron tus maestros?
Se for para citar um nome, diria Saul Steinberg. Sua obra é uma aula sobre as possibilidades de uso de elementos gráficos e de recursos de ilusão. Gosto também muito do George Grosz, do modo como ele mescla uma sátira corrosiva a amplos recursos gráficos – como a colagem. Tem também os cartazistas modernos, como Cassandre, Savignac, Leupin, os poloneses, etc.
Atualmente venho olhando muito o trabalho do futurista Fortunato Depero e de artistas que só descobri agora, como Miguel Covarrubias, Boris Artzy e o Paolo Garretto. No fundo, as influências são tantas que fica difícil fazer uma lista...Tem o Jim Flora, André François, Mary Blair, Ralph Barton, Guevara, J. Carlos... Fica evidente que tenho especial apreço pelos artistas que trabalham contornos geométricos, ou que se aventuram por aspectos gráficos, deformando e depurando elementos, subventendo significados. Nos quadrinhos, tenho lido as revistas Blab, The Ganzfeld, a velha RAW, o material do Le Dernier Cri, e a excelente Kramers Ergot.
5) ¿Por qué crees que te piden una ilustración?
Acredito que é pelo conjunto dos aspectos que caracterizam meu trabalho, não apenas pelo estilo ou as texturas, mas pela síntese destes com as idéias e experimentações.