Exclusivo: Cómo se hace una portada distinta en un diario
La semana pasada te presentamos, bien en caliente, lo que ocurrió en las portadas de los diarios brasileños sobre la matanza acontecida en Río de Janeiro. Nos llamó mucho la atención cómo los diarios mostraron a los muertos, tanto víctimas como al autor de la masacre, en sus portadas.. Pero un diario, el O Povo, se despegó totalmente de todas las demás y si esto lo analizamos teniendo en cuenta que fue la portada que competía con las otras, la apuesta merecía su lugar en Visualmente, donde siempre creemos que la creatividad no es exclusiva de ciertas temáticas. A continuación, los comentarios exclusivos del director de arte del diario.
(Por Gil Dicelli) No dia 7 de abril de 2011o Brasil acompanhou estarrecido, pela TV e Internet, uma das maiores tragédias já ocorridas nacionalmente. Um homem armado invadiu uma escola e desferiu vários tiros, dentro de salas de aula, matando 12 crianças e ferindo outras. Algo terrível e inacreditável que mobilizou todas os veículos de comunicação do País. Era preciso atuar rapidamente para tentar traduzir em palavras e imagens a dor daquele dia.
A capa do jornal O Povo, despiu-se das imagens fotográficas, das frases ditas, do fato já veiculado pela mídia eletrônica e avançou na cobertura factual, trazendo uma manchete voltada a uma questão crucial: "Como falar sobre a tragédia do Rio com as crianças". Afinal, elas foram o alvo do massacre.
A capa resgata a paz, na limpeza das imagens, no branco da página. Ao mesmo tempo, mostra uma página de caderno que foi amassada (a bola de papel), uma referência à violência vivida na escola. É também uma metáfora de uma vida que se foi, uma folha de uma vida que foi interrompida e que não será mais escrita. Comoção e tristeza que o Brasil e outros países acompanharam. A mesma violência sofrida (bola amassada) faz sombra ao Cristo Redentor, ícone do Rio de Janeiro e local onde os fatos aconteceram.
Paz e dor, lado a lado. Uma tentativa de compreender o incompreensível.
(Criação: Jaime Neto, Gil Dicelli e Andrea Araujo (O POVO/Brasil))