Lo Mejor del Año: Los Ángeles de Charlie Errea
Cuando le pedimos al Presidente del Capítulo Español de la Society For News Design (SNDE), el español Javier Errea, que escribiera sobre su ponencia en la Cumbre Mundial de Infografía, no medimos las consecuencias. Su tema, “Por qué la infografía salvará al periodismo”, provocó mucho debate y discusión en nuestro blog.
Por todo esto fue divertido sumar la opinión de tres mujeres, excelentes profesionales de Venezuela y Brasil, sobre lo dicho por Errea y sobre la infografía en general. No son Los Ángeles de Charlie (Charlie's Angels), son los de Javier. Ni Cameron Diaz, ni Drew Barrymore, ni Lucy Liu, escriben tan bien.
Por una hipótesis de cómo fue que sucedió el hecho
(Por Carmen Riera L., Editora gráfica de la Cadena Capriles, Venezuela) Al leer algunas de las reflexiones que han hecho otras personas me asusto y me entra un alivio al mismo tiempo. Yo pensaba que en Venezuela éramos de los pocos países en los que se subestimaba el valor de la infografía, la desinformación y la poca discusión en las aulas de clases y en las mismas redacciones nos ha llevado a ello, pero pareciera que no es así.
Yo también estuviera en desacuerdo con Javier si no hubiese leído en más de una oportunidad, infografías que me explicaban con lujo de detalles un hecho o acontecimiento en tan sólo 5 minutos; yo también estuviera en desacuerdo con Javier si la infografía o los infógrafos no estuvieran en un constante repensarla y no hubieran avanzado en su técnica, en su investigación, en su estética, en sus posibilidades, en su alcance; yo también estuviera en desacuerdo con Javier si la infografía, la buena infografía, no fuese ese género periodístico en el que convergen otros géneros como la investigación, la fotografía y el análisis, en donde se integran perfectamente la rigurosidad y veracidad de un hecho noticioso narrados magistralmente con imágenes y texto.
Todos los días cuando veo mi diario y leo las páginas de sucesos –que como comprenderán son muchas dada la inseguridad que vivimos- y observo la fotos del banco después que los ladrones huyeron o el cadáver disimulado en el piso (ya los fotógrafos no saben dónde ponerse para una toma original) o la fachada de una finca donde secuestraron a un ganadero, me digo ¡qué absurdo! ¿Los lectores no me agradecerían más que les mostrase aunque sea una hipótesis de cómo fue que sucedió el hecho? La tv e Internet tampoco pueden mostrarlo si quieren hacerlo también tendrían que recurrir a la infografía para ello.
Amanecerá y veremos…
A infografia vai salvar o jornalismo?
(Por Alessandra Kalko, Editora de arte de la revista Mundo Estranho, Brasil) Continuando a discussão levantada por Javier Errea anteriormente sobre “Por qué la infografía salvará al periodismo” gostaria de colocar algumas idéias e pontos que observei ao longo de 6 anos como editora de arte da revista.
Não sei se a infografia é a grande salvação do jornalismo impresso.
Não vejo a infografia como a grande cura milagrosa para a queda das vendas, mas mais como um dos remédios que pode prolongar sua vida com melhor qualidade. O bom uso deste instrumento pode ajudar a manter os leitores fiéis de mais idade e atrair os leitores jovens que estão cada vez mais imersos num mundo eletrônico, de informações simultâneas e se afastando da leitura.
Em 2007, ano em que muitas revistas viram seus números de venda caírem a Mundo Estranho apresentou algum crescimento nas vendas. Nossos leitores são jovens de 12 a 20 anos, imersos em sites de relacionamento, tv e games que são apaixonados pela revista. Muitos deles afirmam que a Mundo Estranho é o único meio impresso que lêem por vontade própria, quando não o único.
Desde o princípio nós fizemos da infografia o carro chefe da revista. Mais de 1/3 do total de nossas páginas são infografadas. É um trabalho árduo e para poucos mas que tem gerado bons resultados. Nossos leitores adoram os infográficos.
A infografia tem um apelo gráfico forte e sedutor com esse leitor jovem. A função principal da infografia, a meu ver é, sem dúvida, a de facilitar a vida do leitor. Quando bem feita é de fácil compreensão. Os textos em forma de legenda, aliados às imagens são mais amigáveis para ele (acostumado com um bombardeio de informações simultâneas) do que um texto linear e longo.
Vale aqui o comentário da conversa que tive com Rodrigo Ratier (ex-editor da Mundo Estranho e atual editor da Superinteressante:
"Em seu clássico livro A obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica, Walter Benjamin nos alerta para as mudanças que a disseminação do cinema causaram no sensorium das massas, que se modificou pelo amplo acesso a estímulos visuais (os filmes), que substituiu o acesso restrito às obras de arte plástica que ficavam restritas aos museus. Penso que a internet, o computador com seus sistemas de janelas e a linguagem rápida e fragmentada dos videoclips acentuaram essa tendência. Não dá para continuar fazendo jornalismo como no século 19. A infografia, creio, é um dos caminhos para a manutenção adaptada de algo que é a razão mesma de ser de jornais e de revistas: a capacidade de comunicação com seu leitor, um indivíduo cada vez mais multitarefa, visualmente estimulado e com tempo disputado com diversas outras fontes de atração."
"Por outro lado, não se trata de mera imitação do que já fazem outros meios. Ao contrário, a infografia impressa pode manter – e por que não, ampliar – duas características que a maioria dos estudiosos afirma ainda serem exclusivas (ou, ao menos, mais bem executadas) pelos meios impressos do que por seus concorrentes: a saber, as capacidades de contextualização e de reflexão de um fato."
Como Javier Errea falou, muitos adeptos da infografia clássica talvez se revirem ao ver nossas páginas. Mas nós acreditamos que cada infográfico deve ter o apelo visual que o tema pede e o apelo emocional que o leitor consegue dar conta de absorver.
É um instrumento que deve ser usado com sabedoria, quando necessário e não sem critério pois corre o risco de se banalizar. Não é decoração de espaço em branco na página, é informação. Infografia mal feita não enche a barriga do leitor. Ele tem que terminar de (V/L)ER um infográfico e se sentir satisfeito. Informado. Contextualizado. Refletido.
A infografia não está morta. O caminho não é romper com o passado e recomeçar do zero.
Acredito que a solução seja tentar se libertar um pouco do jeito ortodoxo e da linguagem asséptica de se fazer infografia. Por que ter tantas amarras? Tantos “do’s” and “dont’s”?
Sim, as regras básicas de qualquer layout de página devem ser mantidas: hierarquia de informação, ordem de leitura, “show, don’t tell”…
Mas devemos abrir o coração e a cabeça para novas linguagens, que vão falar melhor com seu público.
É possível criar uma personalidade forte e comunicar mesmo com uma linguagem variada e eclética.
Mas como entregar algo a mais para o leitor na notícia que ela já viu na internet?
Como fazer o leitor comprar o jornal no dia seguinte e ainda se sentir atraído?
Existem várias maneiras e caminhos de adaptar a atual infografia.
Linguagens variadas, outros jeitos de editar, gráficos de análise e comparação da atual notícia com o passado ou previsões para o futuro, pautas adiantadas que podem ser trabalhadas com mais cuidado… O importante é sempre pensar no que você pode entregar a mais para o leitor. Ele é o principal objetivo. Não existe infográfico que não dê trabalho. Não existe infográfico bem feito se você não gosta de infografia. É importante saber quando quebrar as amarras, quando ser convencional.
É necessário que o raciocínio visual esteja presente desde o momento de concepção da pauta para poder fazer as escolhas mais apropriadas.
É essencial montar uma equipe versátil e tentar mudar um pouco a divisões de trabalho buscando profissionais que pensem no todo e não só na sua parte.
A palavra chave da infografia é “integração” . Arte + texto = infográfico.
A equipe tem que ser um equipe. Encarregados do texto devem pensar também como designers e os designers, como editores de texto. Em equipe é possível dar passos maiores e observar os saltos de evolução e amadurecimento do trabalho.
Não é só a infografia que ganha com isso. O leitor sai feliz, E por conseguinte o jornalismo impresso ganha também.
Se a infografia é a tábua de salvação, não posso afirmar. Mas acredito na infografia como a grande porta de entrada para o leitor jovem iniciar a leitura do jornal ou da revista que muitas vezes lhe parece hostil. Se ele gostar, se for prazeroso, ele voltará. Os infográficos bem feitos serão sempre amigáveis e sedutores. E se eles conquistarem um leitor e ele se fidelizar, mais uma vez ganhamos todos.
Se um dia a revista irá acabar para dar lugar ao nosso site, não sei. Em 2007, o número de leitores do nosso site foi duas vezes maior do que o da revista impressa. Mesmo assim, como já falei anteriormente, os números de venda da revista impressa apresentaram crescimento. É por isso que acredito que nem tudo está perdido para esta mídia…
Pensando infograficamente
(Por Renata Steffen, infógrafa del diario Fohla de San Pablo, Brasil) Qual o papel de um infografista? Para que servem os gráficos? Por que insistimos em nos dividir em infografistas, ilustradores, designers, repórteres e editores? Afinal, não estamos todos do mesmo lado (aquele a favor do leitor) e dispostos a muni-lo com a melhor informação, a mais completa e a mais compreensível?
Cada um no seu papel, mas sabendo que o importante é PENSAR INFOGRAFICAMENTE. Esse pensamento, na realidade, também passa pela ação, e, principalmente, pelo planejamento. É uma sequência que vai desde o diagnosticar quando uma história merece e deve ser explicada visualmente, até a página final. Uma tarefa que que não nasce pronta e acabada. É, antes de tudo, um processo. Sua duração é variável: dependendo do meio a que se destina e das condições de produção, pode levar de apenas algumas horas até muito meses. Uma coisa, porém, não varia: um infográfico não é (ou não deveria ser) obra de uma única cabeça. Ele nasce, cresce e aparece a partir das somas das competências de texto, arte, edição de todos os profissionais envolvidos.
É justamente esse processo de construção coletiva que me fascina: pesquisar, apurar, analisar a pauta, buscando informações de todos os tipos, sejam visuais, escritas, orais. E a partir disso tudo, desvendá-la ao leitor, explicando para ele o que é realmente necessário, o que ele precisa saber. Além disso, escolher uma maneira interessante de fazê-lo, afim de provocar emoção em quem está do outro lado, fazer aquela pessoa ler, entender a questão, e, por que não?, divertir-se , rir, emocionar-se... enfim, conduzir seus olhos, seu cérebro e seu coração a lugar onde ela nunca poderia esta - a não ser, claro, se for conduzida por um bom infográfico.
Veja bem: a informação, o rigor jornalístico nunca pode ser deixado de lado. Caso contrário, não se trata de infografia. A minha questão é acrescentar um ingrediente a mais ao conjunto, que vem a ser a tal da emoção. Digamos que seria a cereja do bolo. E mais com cobertura e decoração. Ou seja, o bolo, a informação primordial, que vai alimentar o leitor faminto, está lá. Mas por que não um cobertura linda, com marzipan, cereja e chantilly?
É por isso que eu acredito na linguagem da infografia, seu poder de ser síntética , didática e ao mesmo tempo de fisgar o leitor por outras emoções, seja pelo riso, pela ação ou pelo drama. Mas é também papel da infografia fazer ele parar numa página onde talvez ele nunca fosse parar, ler sobre um assunto que nunca o interessou, enfim, experimentar um sabor de bolo que ele nunca comeu.